Falta de mediadores escolares é desafio para inclusão de alunos com autismo em Serrinha, denunciam responsáveis

  • 28/04/2025
(Foto: Reprodução)
Pais de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) relataram ao g1 as dificuldades enfrentadas. Ausência de mediadores escolares tem dificultado o acesso à educação de crianças autistas de Serrinha Divulgação/Arquivo Pessoal A ausência de mediadores escolares municipais tem dificultado o acesso à educação de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na cidade de Serrinha, a cerca de 70 km de Feira de Santana. Segundo relatos de famílias ao g1, a falta desses profissionais, responsáveis por oferecer suporte individualizado em sala de aula, tem feito com que alunos fiquem dias sem frequentar a escola. Leiane Ramos é mãe de uma criança de 10 anos com TEA, e relata ao g1 que enfrentou dificuldades quando a mediadora do filho deixou de atuar repentinamente. “Ela simplesmente não quis mais ir, nem me avisou. Meu filho ficou duas semanas sem ir à escola por isso. A Secretaria da Educação já me deu um retorno e disse que vai indicar outra mediadora, mas esse tipo de interrupção mexe com toda a rotina dele”, conta Leiane. Leiane Ramos é mãe de uma criança autista e relata que enfrentou dificuldades Divulgação/Arquivo Pessoal 🔍 O Ministério da Saúde caracteriza oTranstorno do Espectro Autista (TEA) como um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. Tem como características a dificuldade de comunicação por falta de domínio da linguagem, a dificuldade de socialização e o comportamento limitado e repetitivo. Neuildes Nascimento, uma das fundadoras da Associação de Mães, Pais e Amigos dos Autistas de Serrinha, relata que enfrenta há anos os desafios de garantir direitos básicos para seus quatro filhos, dois deles com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 3 de suporte, considerado severo, e que requer muito apoio para as atividades diárias. Ela denuncia falhas na aplicação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI - 13.146/2015), como a ausência de mediadores, professores despreparados e estrutura inadequada nas escolas da cidade. A mãe aponta que os filhos com TEA sofrem "prejuízos irreparáveis" pela falta de auxiliares de apoio. Segundo ela, além de não serem alfabetizadas, as crianças apresentam dificuldades de permanência em sala de aula. “Os professores não acompanham, não fazem o Plano Educacional Individualizado (PEI), não adaptam as atividades. Meus filhos chegaram em casa com módulos exatamente iguais. O conteúdo foi feito pela coordenadora, não pelo professor. Eles não participam do processo, não adaptam as atividades, não orientam o mediador. Meu filho nem parece que faz parte da escola. Ele é o aluno do pátio”, conta Neuildes. Outra questão destacada por Neuildes é a superlotação das salas. Segundo ela, esse é mais um problema que dificulta a inclusão. "As salas super lotadas também fazem com que o professor enfrente dificuldades para lidar com todas as especificidades apresentadas pelos alunos", explica. Atualmente Neuildes tenta judicializar o direito ao mediador para dois de seus filhos, a fim de garantir continuidade e estabilidade no acompanhamento. Ela reconhece que algumas instituições têm dado atenção às denúncias que faz, mas ressalta que o caminho ainda é longo. Os problemas vão além das escolas. Neuildes também chama atenção para a ausência de suporte de profissionais como neuropediatras, psiquiatras e equipes multidisciplinares, o que compromete o diagnóstico, o acompanhamento e o tratamento de pessoas com TEA na cidade. "Eles tomam medicações controladas, precisam de receita todo mês, de acompanhamento clínico. E falta tudo isso. Um dos meus filhos, por exemplo, ainda não tem diagnóstico porque não temos esses profissionais por aqui", diz ela. O que diz a prefeitura De acordo com a Prefeitura de Serrinha, até abril de 2025, 429 mediadores educacionais já haviam sido contratados. A gestão municipal afirma que, diante deste número, restam 10% do quantitativo necessário. O número de estudantes com TEA matriculados na rede municipal chega a 283, além de 267 com outras deficiências. A gestão aponta que 37 estudantes com TEA ainda estão sem o suporte de profissionais. "Devido a diversos fatores como: matrículas tardias na rede de ensino, não adaptação dos estudantes ao mediador educacional, ocorrendo assim a necessidade de rotatividade, dificultando a contratação, falta de profissionais que cumpram os pré-requisitos para suprirem as vagas existentes, entre outros", justificou a prefeitura através de uma nota. A seleção dos mediadores ocorre por meio de cadastro online, divulgado nas redes sociais da administração. A remuneração é ofertada em forma de bolsa de estágio, e varia conforme a carga horária. Não há previsão de reajustes salariais ou programas de incentivo à formação continuada, informou o município, ao destacar a existência de formações pedagógicas periódicas com foco em diferentes áreas da deficiência. A orientação para os estudantes com TEA que não necessitam de suporte substancial (nível 3) é para que frequentem as aulas enquanto aguardam o mediador, com o apoio das equipes técnicas das escolas. Já os alunos que precisam de supervisão constante devem aguardar a contratação. Em ambos os casos, as famílias podem indicar mediadores, desde que os indicados cumpram os critérios exigidos pela gestão municipal. LEIA MAIS: Prefeitura de cidade na Bahia altera decreto que autorizava abatimento de animais após inquérito do MP-BA Professores de Feira de Santana paralisam atividades para cobrar pagamento do piso salarial Prefeitura de Serrinha reformula decreto sobre controle de animais em vias públicas Veja mais notícias de Feira de Santana e região. 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FONTE: https://g1.globo.com/ba/feira-de-santana-regiao/noticia/2025/04/28/falta-de-mediadores-escolares-e-desafio-para-inclusao.ghtml


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